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A DOR COMO PRETEXTO
Não é a dor psicológica, aquela que não se vê. Nem a feia dor de cotovelo. Embora esta já levante suspeita, pois é muito frequente entre a gente dos toiros. Principalmente aquela que se intitula anti-taurina e que quere sobressair sem saber como. Nem a dor de alma. Ou a… a… aquela que se sente quando um amor é trocado por outro. Não!
A dor que os "anti" invocam, é a dor física. O sangue a brotar dos buracos provocados pelos ferros e bandarilhas que os "cruéis" cavaleiros e toureiros a pé cravam no dorso do toiro. Os Forcados são os únicos que escapam a estes ataques. Até os olham com certa simpatia.
Pudera, sabem que é neles que os toiros se podem vingar dos tormentos sofridos. Quem os manda meter em touradas. Dirão com irónica satisfação.
Mas...pergunto eu, sendo os "anti-taurinos" racionais, como podem avaliar o sofrimento de um irracional? Dizem eles: o toiro mostra sentir os ferros ou as bandarilhas quando as cravam.
Na minha opinião, não é bem assim. O toiro está em tal estado de exaltação, de fúria, que mal sente a dor. Quer é retaliar. Castigar quem o provoca.
Na defesa da minha opinião: um animal, quando lhe causam dor, reage para se defender ou foge quando vê que não consegue livrar-se de quem o ataca. Com este extraordinário fenómeno da Natureza, não é isso que se passa.
Mesmo com o ferro do “picador” a penetrar-lhe o corpo, não desiste de empurrar, investir. É preciso os bandarilheiros irem buscá-lo.Ora como já disse, um animal em situação semelhante, procura é fugir.
Parece-me pois ser de admitir que o toiro, agredindo em vez de fugir, o faz devido ao estado de exaltação em que se encontra. Não sente a tal dor que os "anti" imaginam. Aliás muitas vezes, mesmo os humanos, demonstram que, quando se está concentrado ou entusiasmado por alcançar qualquer objetivo, quase não se sente a dor.
Dentro da Tauromaquia os exemplos são muitos. Desde o Forcado que, desfeiteado com violência, continua a tentar a pega, parecendo não sentir as dores causadas pelas tentativas falhadas, ao toureiro colhido com gravidade que não vai para a enfermaria sem matar o toiro. Mas não é só aqui que tal se passa.
No box, no raguebi, no karaté, em todas as modalidades em que haja confronto físico se vê comportamentos semelhantes. O desejo do êxito, a luta para o obter, põe a adrenalina em ebulição, fazendo-nos quase imunes à dor. Com o toiro passa-se o mesmo.
Que autoridade tenho para dizer isto? A mesma que os "anti" têm para dizer o contrário. Porem-se no lugar dos toiros e por observação visual, sentirem as dores por eles, parece-me pouco racional. Ou será que, tendo a estranha faculdade de conseguirem falar com os animais, lhes ouvem os queixumes?
Quanto a mim porém, esta preocupação pelo sofrimento dos toiros, não passa de um falso pretexto usado pelos “anti” para tomarem atitudes que lhes dêem protagonismo. Pretensão muito comum no meio tauromáquico. Mas que, embora a potencie, devido às suas características não é seu exclusivo…
Em breve, por outro ângulo, voltarei a contrariar os “anti” que continuam com arruaças provocatórias e insultuosas, tentando reações violentas.
Os pró-touradas porém, inteligentemente, frustrando-lhes as expetativas, não reagem. Apenas olham com indiferença as suas ridículas e infantis manifestações.
Mas os “anti” não se calam e o seguro morreu de velho. Fim das touradas em Viana do Castelo, proibição das corridas na Catalunha e no Equador, devem servir de alerta para os “pró”. A indiferença pode não chegar.
Apesar de terem voltado os espetáculos tauromáquicos a Zalamea de La Serena, depois de 49 anos de suspensão. Serem os toiros considerados “BEM DE INTERÊSSE CULTURAL” em Castilla Mancha não se deve parar.
Há que desacreditar os “anti”. Chamar a atenção para o verdadeiro motivo que os norteia – PROTAGONISMO. A dor dos toiros, o seu sofrimento o falso pretexto que utilizam.
Carlos Patrício Álvares (Chaubet)