OS "QUIXOTES" E AS TOURADAS

OS "QUIXOTES" E AS TOURADAS

Como já disse, comecei a viajar pelos sites anti-taurinos. Ainda bem que o fiz. Tive ocasião de verificar o entusiasmo, a persistência, o tom pretensioso e arrogante dos seus textos. Fizeram-me lembrar D.Quixote de La Mancha, o Cavaleiro da Triste Figura, que o génio de Cervantes criou. De tal forma que resolvi batizá-los de "QUIXOTES".

O célebre fidalgo, montado no seu Rocinante, empunhando a sua lança e acompanhado pelo tolerante criado Sancho Pança, lutava por motivos que considerava nobres e contra inimigos imaginários.

Também os "Quixotes" a que me refiro, montados no discutível sofrimento dos toiros, tendo como lança, ridículas, barulhentas e inconsequentes manifestações e, principalmente, a net como escoadouro, batem-se por uma causa que, arbitrariamente, argumentam, ser justa. A Democracia (bem haja!) permitindo que se manifestem à-vontade, é o Sancho Pança .

Em anteriores situações, a P.S.P. viu que os "Quixotes" se aproximavam dos que se preparavam para assistir às touradas, tentando dissuadi-los de o fazer. Isso, por vezes, dava lugar a cenas desagradáveis. Realista e cordata, numa ação semelhante à que faria o bom escudeiro Sancho Pança, criou, digamos, um perímetro de segurança vigiado pela P.S.P., de onde os "Quixotes" não podem sair.

É daí que eles vociferam insultos e provocações aos taurinos, tentando motivá-los para reações de confronto. Teriam assim oportunidade de confirmar o que lhes chamam: "desordeiros, ordinários, sedentos de sangue, torturadores, etc, etc". Só respeitam a Mãe dos "pró-toiros" e, mesmo assim...nem sempre.

Estes, sabendo o que eles querem e seguindo o principio de que não nos ofende quem quer, passam indiferentes às provocações. O que mais desespera os "Quixotes". No entanto não desistem.

Tal como o seu alter-ego que enfrentava moinhos de vento ou tudo que visse à frente e considerasse inimigo fosse qual fosse o seu tamanho, igualmente estes "Quixotes" se atiram a uma instituição com milhares de anos de existência, que tem milhões de simpatizantes, movimenta e dá trabalho a outros tantos.

A média, por baixo, de espectadores por tourada, ronda os quatro mil. Os "Quixotes", nas suas manifestações anti-touradas, nunca conseguem reunir mais do que trinta ou quarenta aderentes.

Quer dizer, a apoiar a Tauromaquia, o espectáculo tauromáquico, quatro mil pessoas, a repudiá-lo, nem dez por cento desse número. David contra o gigante Golias. Mas sem a pedra e a fisga que o levaram a vencer o gigante. Quer dizer, sem gente que lhes ligue. C. Pequeno e  V. Franca,  esgotados, provam isso.

Posto tudo isto, devo dizer que vou continuar a ler os sites dos Quixotes. Talvez mesmo a responder-lhes. Alguns têm aspeto agradável e, de uma forma geral, são bem  intencionados - passando por cima dos nomes desagradáveis que chamam aos "pró" onde eu, obviamente, estou incluído. Não lhes dou importância. Considero-os infantil tática de "guerra". Em conjuntura muito pior, sem comparação, houve quem dissesse: "PERDOAI-LHES SENHOR!". Quem sou eu para não fazer o mesmo.

Por outro lado, os textos e comportamentos agressivos dos "Quixotes", porque a agressão é sinal de fraqueza, dá-me a certeza de que estão conscientes de perderem a "batalha". Já estrebucham, mas não se querem dar por vencidos. O que lhes fica bem. Até porque entretêm.

Até breve!

Carlos Patrício Álvares (Chaubet)

AINDA OS QUIXOTES

Continuando a minha peregrinação pelos sites pró e anti taurinos, verifico que da parte destes últimos há uma atitude de desafio, de desejo de confrontação que, mesmo não tendo razão, seria salutar se processada nos moldes éticamente exigíveis.
 
Todos temos direito a defender as nossas ideias, tomando porém o cuidado de não ultrapassarmos os limites da boa educação.Até porque, causas nobres,como  aquela que os anti-touradas  abraçaram -evitar o sofrimento de um animal - num país de bons costumes e gente boa é sempre  bem recebida.
 
No entanto  não é por apelidar de assassinos, cobardes, sanguinários, torturadores, sádicos, vampiros, e outros nomes do mesmo quilate, que os anti-touradas ganham a "batalha". Pelo contrário.
 
Este comportamento, se não tem feito perder aderentes, pelo menos não atrai outros. São sempre os mesmos "quase" trinta ou, quando muito, quarenta elementos, que vejo à porta das praças a provocar os aficionados. Vejo-os tantas vezes que, mentalmente, até já os cumprimento.
 
Depois, as coreografadas manifestações com gente despida coberta de sangue, um individuo amarrado a um poste indiciando ser alvo de tortura, um homem de gatas com um ferro nas costas, vomitando sangue, simulando o sofrimento do toiro e outras no género, são imagens imaginativas e realmente agressivas. Todavia só servem para folclore. Para dar nas vistas.
 
São estes patéticos e folclóricos expedientes, com o seu quê de ridículo,  que me fizeram lembrar o imortal cavaleiro  que ficou conhecido pelo da " TRISTE FIGURA". Analogia que me levou a apelidar de QUIXOTES estes contestatários. É pena porém, que um problema destes seja tratado de forma tão leviana e superficial. Vamos pois a coisas sérias.
 
Os Quixotes, têm como base da sua contestação às touradas,  o sofrimento dos toiros.  Outras razões invocam, mas esta é a que lhes dá força e, perante os ingénuos e crédulos que os vêem, um certo coeficiente de simpatia, julgando que as atitudes que os Quixotes tomam, são motivadas por sentimentos humanitários. 
 
Não!  existe mais desejo de exibição e protagonismo que tais sentimentos. É pois essa máscara que, como taurino, tentarei desmistificar. Mostrar o aproveitamento oportunista que é feito  de casos pontuais, como  deturpam a realidade, dando-lhes uma falsa interpretação. Também, a forma agressiva e ditatorial como os Quixotes querem impor o seu ponto de vista, não hesitando em recorrer à calunia e má educação.
 
Explicam essa atitude, com a respeitável e altruísta declaração de que é a dor que os taurinos infligem ao toiro que os motiva. Conseguem assim, manhosamente, aliciar os menos atentos ou esclarecidos. Isto  porque, na verdade, estão longe de serem altruístas os sentimentos que os inspiram. Inveja e frustração, estão na génese de todo o seu procedimento.
 
É um espetáculo de élites, cruel, bárbaro, sanguinário. Dizem. Recentemente, demonstrando a vitalidade e aceitação e força do espetáculo tauromáquico,  a lotação das praças do Campo Pequeno e Vila Franca de Xira esgotou. Isto apesar das encarniçadas campanhas anti-touradas dos Quixotes.
 
Quererá isto dizer que a élite nacional é mais numerosa que se pensa? Depois, com opiniões desbocadas e precipitadas, classificando de forma hostil os que vão às touradas, se eles lhes ligassem,  não os estariam a ofender? Onde estão as boas maneiras que pessoas tão preconceituosas é suposto terem?
 
Os Quixotes dizem, com ar de censura, que a tourada existe por ser uma fonte de rendimento para alguns. Esses alguns não são só os que vêm anunciados em grandes parangonas nos jornais.São centenas de profissionais e famílias. Mas isto não vale a pena contestar. É demasiado superficial. Aliás agrava-se quando sugerem que esses profissionais podiam arranjar outra coisa para trabalhar. Com estas ilações, dá para perguntar de onde vieram estes extra terrestres. Em que país ou mundo viviam. Não há pachorra!
 
Outra: "espetáculo aleatório que incita à violência". É raríssimo verem-se desacatos nas praças de toiros. E a prova de que os aficionados estão imunes a esse pretenso incitamento à violência, está no facto de não reagirem às as provocações que os Quixotes lhes fazem. Ignoram-nos.(para desespero destes...)
 
Não! O que incita os Quixotes, não são sentimentos nobres. É sim Inveja pelo que os toureiros ganham e pelo protagonismo que adquirem. Frustação por não terem valor para alcançarem o mesmo. Prepotência por pretenderem impor a sua vontade. Egoismo por não quererem dar aos outros liberdade de pensarem e agirem como entenderem. Vaidade porque, com uma auto valorização pretensiosa,  serem incapazes de reconhecer que erram. Agressivos pela forma pejorativa e desafiadora como tratam os taurinos. Por procederem utilizando técnicas de agitação, meios radicais para se manifestarem - a invasão de arenas, a  vandalização de estátuas de toureiros;  de praças de toiros, são exemplos dessa agressividade.
 
Por último: um senhor escreveu que "as touradas, um sinal de incivilidade, existem há dois séculos".Digo eu -  é preciso que tenham realmente muito valor e apoio popular, para tal sobrevivência. Mas os Quixotes do século XXI, irresponsavelmente, apregoando humanas e candidas intenções, com o falacioso pretexto de acabar com o sofrimento do toiro,pretendem o seu fim.
 
Proximamente irei ocupar-me com mais profundidade desta parte, do sofrimento  do toiro. À qual os Quixotes se agarram como percebe à rocha, pois é a única que lhes dá alguma força. Mesmo assim, muito longe da que pensam.
 
Carlos Patrício Álvares (Chaubet)